Sua história pessoal

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SINVAL Correia SOARES, nascido em 15 de junho de 1927, na pequena cidade de Morro de Chapéu, Chapada Diamantina, no estado da Bahia, Brasil, é mais um desses bravos nordestinos brasileiros que conseguiu vencer, mas não o fez sem enormes sacrifícios. Sua vida cheia de aventuras e desventuras talvez explique a versatilidade deste artista e, por mais que prefira o pincel (pintura), o bico de pena, troca-os com grande facilidade e maestria até pelos maços e o cinzéis, para produzir belos murais, que são encontrados espalhados em edifícios da Grande São Paulo.

A arte que corre em suas veias desde os tempos de menino e acabou lhe trazendo problemas, pois foi expulso da escola no segundo ano primário quando fui pego fazendo um desenho, que para ele era artístico, mas para a professora era um desenho pornográfico.

Na sua juventude a arte precisou ficar adormecida, pois sobreviver era a prioridade e nessa luta, consta uma jornada por centenas de quilômetros pelo árido sertão, quando em busca de trabalho atravessou a pé o estado da Bahia e Piauí. Nessa empreitada quase morreu adoecido pelo Tifo e, mesmo adoecido, ainda teve que recolher forças para voltar à sua terra natal.

Enquanto esteve na Bahia exerceu inúmeras profissões, tais como: lavrador, pedreiro, farmacêutico e até garimpeiro.

Em 1953, já casado com Dona Almira e sua primeira filha Neuza, migrou para São Paulo, mais precisamente, para a cidade de São Caetano do Sul, teve mais dois filhos: Neide e Nilson e onde novamente sua versatilidade e necessidade de manter a família o levaram a trabalhar em farmácias, laboratórios clínicos, também como investigador particular e chegou a ter uma joalheria. Por necessidade ou não, não deixa de ser um mérito e grande exemplo de versatilidade e destemor, de quem sempre buscou apenas o caminho do bem para alimentar os seus entes queridos.

Também em 1953, como autodidata, pintou seu primeiro quadro (abaixo), vendeu sua primeira obra em 1967 (abaixo) para a Galeria Astréia, em São Paulo, ganhou alguns prêmios em Salões de Arte Moderna e em 1967, destacou-se na IX Bienal Internacional de São Paulo. 

. Seu histórico artístico, relacionando algumas exposições e prêmios estão melhor 
 detalhados na página CARREIRA.

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1953 - Primeira Obra   1962 - Primeira Obra comercializada

Clique na figura para vê-la maior.

Um episódio decisivo para que ele se tornasse o artista de hoje, aconteceu em 1962 quando, buscando se aperfeiçoar, foi estudar com a saudosa Profª. Ana Guerreiro Shultz, da Associação Paulista de Belas Artes, e como ele insistia na linha clássica, pois pensava que arte era a capacidade de conseguir copiar o que se via o mais fielmente possível, discutiu calorasamente com ela, e ela lhe fez o grande favor de suspendê-lo das aulas por 120 dias ou até que apresentasse verdadeiras criações. Quando voltou, levando uma série de desenhos e pinturas expressionistas, recebeu a aprovação da Profª e o seguinte comentário: "agora sim, arte se cria e não se copia."

Esse conceito sobre o que é arte lhe foi reforçado pelo também saudoso colega, Arnaldo Ferrari, quando ele disse: "A obra-prima é aquela que leva a marca 3M - Mau, Mas Meu". E depois ratificado no agradável convívio com outras "feras" como Mário Zanini, Volpi, Rebolo, entre outros que faziam parte do Grupo Santa Helena, da extinta rua de mesmo nome, que ficava entre as Praças da Sé e João Mendes, em São Paulo.

Sua atuação nessas décadas de 60 e 70 na vida cultural de São Caetano do Sul, onde deu aulas de pintura, o levou a apoiar o movimento: “Turma”, de atores amadores, que culminou na criação da Fundação das Artes, nessa cidade, ícone cultural que ainda brilha nos dias de hoje. 

Para conhecer melhor quem é ele como artista, basta ler as palavras dos seus críticos.

Seu caráter firme e confiável o cercou de bons amigos e o fez ser convidado e assumir cargos de confiança em instituições como a própria Fundação das Artes em São Caetano do Sul, no Lar Bem Vindo de Caridade, entre outros.

Infelizmente, a Grande São Paulo que ele adotou em seu coração acabou “expulsando-o” de lá, pois o clima instável e, principalmente, a poluição atmosférica que muito prejudicava sua saúde, os olhos principalmente, o fizeram retornar para Bahia em 1988, onde na cidade de Salvador, primeiramente morou na famosa Itapuã e hoje mora, no bairro de Stella Maris, dando continuidade e vazão ao seu grande talento.

Sua nova residência, como não poderia deixar de ser, é facilmente encontrada por quem passa na Alameda da Praia de Guaratuba, pois expõe em sua fachada, mais uma obra do seu grande talento.

 

Fachada de sua residência em Salvador - 1998

Em cimento e lajotas cerâmicas. - 8m2

Foto do seu atelier - 2003

Assim se resume a história desse talentoso homem simples, livre e de bons costumes, que não permaneceu como um semi-analfabeto pois desenvolveu grande paixão pela leitura, onde, no fim das tardes, sempre encontra um tempinho para ler seus livros sobre o Homem, sobre religiões e outros mais, ou seja, mais um brasileiro para o Brasil se orgulhar.

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