CRÍTICAS A SINVAL

Seguem abaixo, transcrições fiéis de  algumas críticas sobre o artista:

1978 - Milton Andrade - Presidente da Fundação das Artes

1979 - Milton Andrade - Presidente da Fundação das Artes

1989 - Josette Balsa - Critiques d´Art

1989 - Dárcio Lima - Artista Plástico 

1996 - Aldo Trípoli - Crítico e Prof. Artes UCSAL

2002 - Marcel Markus - Professor

2005 - Walter Tommasi

 

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SINVAL e seus "Ritusformais" - 2005

Uma pessoa sensível, um artista criativo, uma longa história de desenvolvimento de uma linguagem própria. Acadêmico no início, acabou escolhendo o caminho do expressionismo para fixar seu nome nas artes plásticas brasileiras.

No começo praticou o expressionismo puro, reagindo contra o passado, contra o acadêmico, onde as obras não deveriam ter a preocupação com os padrões de beleza tradicional e onde o enfoque seria o lado pessimista da vida, a marca da angústia, ou a necessidade de denunciar os problemas sociais do momento. Com o tempo, entretanto, seu trabalho caminhou mais para o lado pictórico / técnico do expressionismo, pela ruptura com a tridimensionalidade, pelo resgate de traços da arte primitiva, e pelo uso arbitrário das cores puras e fortes.

Hoje, o trabalho de Sinval está totalmente consolidado e traduz a maturidade do artista que tem sua própria marca. Afinal, resume uma vida inteira de experiências e vivências. O resultado prático é: "Este é um Sinval". As pessoas facilmente reconhecem a linguagem do artista, tanto nos seus casarios baianos, como em suas figuras humanas. No fundo, suas telas mesclam as superfícies planas, limpas, com áreas texturadas e os buracos óticos criados pelo artista nos deixam curiosos em descobrir o que existe por trás de suas obras; são fechaduras que nos provocam, como aguçavam nossa curiosidade quando crianças. 

 

Walter Tommasi

Curador

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SINVAL – 1978

Na raiz de todo movimento importante está sempre um punhado de pessoas que deixaram de lado os seus interesses e se entregaram a tarefa que originalmente deveria ser de toda a coletividade. Quando fizerem o levantamento da Cultura de São Caetano -  se é que em algum tempo isso venha a interessar alguém -  a pessoa de Sinval há de ser indicada como uma das criaturas que mais contribuiu para com a nossa gente.

Hão de encontrá-lo oferecendo sua ajuda à ACASCS – Associação Cultural e Artística de São Caetano do Sul, onde participou como artista e professor; na “Turma”, um dos movimentos mais significativos do teatro amador desta região que souberam amparar o surgimento desta Fundação das Artes, da qual é o atual Presidente do Conselho de Curadores.

Nos principais centros culturais do país, São Caetano é lembrado graças ao nome de Sinval que, com seu trabalho e talento tem sido convidado a figurar nos melhores salões de arte.

Receber esta Fundação uma exposição individual de trabalhos desse artista é privilégio que fazemos questão de proclamar. Não apenas pelo que ele representa como pessoa em nossa coletividade, mas, principalmente, pela qualidade de seus trabalhos.

Desenhista, Pintor, Escultor e Muralista, Sinval é o autor do painel do Teatro Municipal de São Caetano do Sul; da Fachada do Diário do Grande ABC, em Santo André; do hall do Pampas Palace Hotel, em São Bernardo do Campo; da Via Sacra da Igreja de Nossa Senhora da Aparecida, em São Caetano do Sul, e é da mesma forma, o delicado desenhista de pequenos motivos em que fixa o cotidiano, o pintor da gente simples trabalhando e das mulheres que carregam seus filhos sempre com amor transcendente.

Não há quem não goste dos trabalhos de Sinval: impregnados de um magnetismo que tem origem no seu desenho claro e no cromatismo contrastante e tropical, conseguem atrair o olhar do eventual espectador. Entretanto, esse brilho não é falso. Ele resiste à análise mais consciente e profunda. Daí o seu valor que a Fundação admira, respeita e proclama nesta oportunidade.

MILTON ANDRADE

Presidente da Fundação das Artes

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SINVAL - 1989

Morro do Chapéu – Bahia – 15.06.1927.

Autodidata, começou a pintar em São Paulo em 1953.

Participou de todas as amostras oficiais de São Paulo, destacando-se na IX Bienal Internacional de São Paulo

 

As figuras hieráticas da série RITOPLASTIA têm a nobreza de atitude e a pureza de traços dos mármores clássicos. Envoltas em objetos enigmáticos – emblemas? Instrumentos de ritos desaparecidos? – elas lembram as antigas sibilas proferindo oráculos misteriosos em cerimoniais esotéricos. A emoção mística refletida nesses rostos majestosos distancia a obra, fecha-a num mundo transcendental e constitui seu maior encanto.

Nestas composições perfeitamente equilibradas, Sinval transmite um profundo sentimento religioso, ele atinge um ápice de sua força de expressão, com a mesma cromática suave que o caracteriza. Sua arte é essencialmente comovedora, no sentido mais espiritual dessa palavra.

 

Josette Balsa

Membre de L’A.B.C.A. (Assoc. Brésilienne dês Critiques d´Art) et

de I’A.I.C.A. (Association Internationale dês Critiques d´Art)

São Paulo, 15 de novembro de 1.989  

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SINVAL - 1996

Algo de novo e perturbador se instala nas pinturas de Sinval, e isto é um bom sinal. Os espaços antes habitados por figuras, agora tomam ,formas do lirismo que sempre predominou em sua obra. O que havia de concreto, aos poucos vai cedendo lugar a texturas e símbolos, acentuando uma atmosfera lúdica. Particularmente sua obra, muito se fez dosar deste universo onírico, agora que fragmenta o que antes era sólido, torna-se ainda mais apaixonante. O mais impressionante é que estas mudanças foram se impondo ao próprio artista. Contudo, é preciso se perguntar, por que mudar? Mais algo mudou de fato, ou apenas seguiu um curso natural? Passou Sinval a “exibir modernidade” transformando sua pintura? O que houve foi apenas redução do visível para sentimento que se escondia sorrateiramente entre os pincéis. Como muito bem diz Francastel em seu livro pintura e sociedade “....a arte é um inventário preciso das atividades e das crenças...”. O que devemos é olhar sua pintura com os sentidos mais apurados, desta forma partilhar com o artista a infinita possibilidade do sonho, procurando em sua própria pintura o que ela simplesmente é, não buscando lógicas ou argüições que nos condenem a interpretar o que vemos diante de nossos conceitos, se assim acontecer o artista nada terá feito, nós é que estaremos executando sua pintura. De que, então, valeu o esforço? Libertando a cor da figura, para os espaços, não abstratizando-o em sua totalidade, os planos ainda estão submetidos, a um certo vigor formal, que persiste da fase anterior, e que não deve desaparecer pois cria um diálogo onde a cor se tornou ainda mais lírica e suave tanto quanto as figuras que sempre povoavam sua obra e sua alma de artista.

 Aldo Trípoli

Crítico de Arte e Prof. de História da Arte da UCSAL

Out/96

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SINVAL – 1979

Sem qualquer hermetismo, autor de grande simplicidade, os trabalhos de Sinval Correia Soares cativam pela singeleza dos temas, pela composição harmônica e pelo intenso cromatismo que imprime aos desenhos, às pinturas ou aos seus murais.

Um lírico visual, sabe como ninguém transpor para tela ou para o papel, paisagens, o colorido e os tipos físicos da Bahia, berço da sua infância e juventude. Nascido em Morro do Chapéu, Sinval reside há 26 anos, em São Caetano do Sul, podendo ser arrolado como pintor, escultor e muralista, entre os poucos artistas da região capazes de representar o ABC, entre os melhores do país. Ele e sua autêntica maneira de traduzir em arte o que viver 

MILTON ANDRADE

Presidente da Fundação das Artes

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SINVAL – documentos da terra e do homem - 1989

Figuras angelicais de lânguidos olhares, paisagens imaginárias e casarios repousam em planos harmoniosos que transparecem suavidade, embora entrecortados por nuances, sulcos e reflexos.

São lúcidas revisões do tema da terra e do homem, percurso de tons, recuperações da memória.

SINVAL compõe texturas e relevos, e estabelece desafio às regências da simetria e da forma.

O resultado é uma vibrante abstração expressionista do real, onde o vigor estético pulsa na tangência de sua plasticidade, transformando cada obra num registro marcante, enigmático, decidido e inquietante.

DÁRCIO LIMA

Artista Plástico - 1989

 

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As Composições de Sinval - 2002

O domínio de seu métier permite a Sinval sua liberdade na escolha de temas e no tratamento que ele dá a própria matéria pictórica. Na espessura das tintas, trabalhadas em várias camadas sucessivas, o artista vai obtendo aos poucos uma riqueza de texturas e de nuances  surpreendentes. Com o pincel, a espátula e os próprios dedos, as grandes massas de cores distribuídas na superfície da tela vão sendo organizadas, lavradas e pinceladas, ganham relevos e sulcos, constituindo assim as formas para a composição da obra. Nas telas de Sinval, a primazia é dada às cores e no seu granulado e se dos amálgamas e das superposições de matéria colorida surgem anjos ou casas, árvores ou rostos, isto não tão importante quanto as justas harmonias que regem a distribuição de azuis e laranjas, amarelos e roxos, rosas suaves e verdes pálidos. Nisso consiste precisamente sua maestria, a maturidade de um fazer que já passou por várias fases, etapas e escolhas para alcançar a excelência num estilo próprio. Este "saber fazer" é de um pintor sem discursos, sem teorias e sem símbolos. Suas telas respondem exatamente a definição da pintura por Maurice Denis: um conjunto de linhas e cores colocadas numa certa ordem. E isso Sinval faz com muita fantasia e perfeição, e também com um toque de lirismo, que deixa as suas obras para o colecionador como uma festa para os olhos e a sensibilidade.

Marcel Markus – Professor

Markus Artes – Embu da Artes

São Paulo - Brasil

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